Biosseguridade em sistemas de produção animal
Os problemas sanitários são um verdadeiro ralo nas finanças dos avicultores e suinocultores. Além de impactar em até 35% o desempenho do lote, os gastos com tratamento podem chegar a 25% dos custos de produção e a ineficiência da conversão alimentar gera desperdício da dieta.
A tríade das disbioses bacterianas são a salmonelose, clostridiose e colibacilose, e juntas respondem por 90% das infecções nessa categoria. Quando o produtor tem o diagnóstico positivo para uma dessas infecções, inicia-se uma jornada pouco criativa de uso de antimicrobianos que só irão agravar o problema.
O ciclo inicia-se pela detecção do patógeno no sistema de produção. Opta-se pela escolha de um antibiótico para tratamento, mas mantem-se todas as práticas de manejo e dieta inalterados. No fechamento do lote, o resultado fica abaixo do esperado e então, no novo ciclo, escolhe-se um novo antibiótico milagroso para resolver o problema.

Em nossa experiência na avaliação da microbiota de lotes com problemas recorrentes em biosseguridade, é comum observarmos aumento nas populações de bactérias formadoras de biofilmes e gram-positivas, além da alta quantidade de genes degradadores de antibióticos presentes no microbioma.
Esse resultado mostra não apenas que o sistema está saturado quanto ao uso de antibióticos, mas que essa medida terapêutica não terá a efetividade desejada. Predizemos lotes com danos na mucosa intestinal e processos inflamatórios sistêmicos. Quem paga a conta é o produtor.
As medidas de contenção passam por realização de vazio sanitário e sanitização eficiente do aviário, além de fortalecimento da saúde intestinal dos animais nos 7 primeiros dias do ciclo, gerando uma microbiota protetora e capaz de ativar o sistema imunológico com eficiência. O monitoramento do equilíbrio da microbiota nativa e seus biomarcadores, e não apenas do agentes patogênicos, são fundamentais para tomada de decisões eficientes e preventivas.
Comments